por Associação Suíço Valesana do Brasil. 07/09/2024
"Em 04 de setembro de 2024 completa 52 anos da invasão da Vila Olímpica de Munique pelo Setembro Negro que resultou na morte de 11 atletas e técnicos de Israel, alem de um policial e cinco dos invasores. Foi um acontecimento histórico internacional.
Aconteceu na madrugada de terça-feira. Nós (Bernadete e Adonis, Eunice Ely e Danilo Bersch, este casal já falecido) estávamos assistindo a Olimpíada. Assistimos competições de atletismo na sexta-feira (dia primeiro) e combinamos um roteiro turístico a partir de sábado.
Fomos para Amsterdam e dali para Paris, na segunda-feira, justamente na noite da invasão, já na madrugada de terca-feira. Nessa mesma madrugada estávamos procurando hotel em Paris. Tudo lotado. Então fomos fazer tempo debaixo da Torre Eiffel, aguardando vagas em algum hotel (éramos 4 "perdidos em Paris").
Ficamos sabendo daquela tragédia somente na 5ª feira, quando houve uma grande passeata pela Paz em Paris e vi a manchete de meia página num jornal: "Todos Mortos".
Na noite de sexta-feira fomos de trem para Roma, passando por Turim onde, em Monza, no domingo, dia 10, Emerson Fittipaldi se tornaria o primeiro piloto brasileiro Campeão do Mundo de F-1. Meu irmão Adilson e o também professor Remo John foram de Munique à Monza e assistiram a vitória de Fittipaldi.
Optamos por ir direto à Roma porque não havia vaga na hotelaria da região de Turim e porque faríamos uma circulada por Roma com um "guia" muito especial, o padre Aloysio Puhl, padrinho do amigo Danilo, lotado no observatório de Castel Gandolfo.
O Papa era Paulo VI e estava no castelo de verão em Castel Gandolfo. Com nosso guia circulamos com uma Mercedes do Vaticano e, durante três dias, tivemos acesso a setores incomuns aos turistas.
Naquele domingo (dia 10), havia cinco mil católicos do mundo inteiro ainda no lado de fora do Castelo, aguardando a mensagem semanal do Papa (exatamente sobre o atentado de Munique). Nesse tempo prévio estávamos conhecendo o castelo papal por dentro, os famosos jardins privados, a sala de audiências e etc. Fomos também convidados para um chá e frutas e daí aconteceu um encontro inimaginável com o Conego Otto Erbes que tinha sido vigário em Estrela e que naquela época era vigário em Novo Hamburgo.
Sintetizando: foi uma semana extraordinária, memorável, inesquecível."
Adonis Valdir Fauth
Associação Suíço-Valesana do Brasil